A ideia central do intraempreendedorismo é estimular os funcionários a pensar e agir como empreendedores, valorizando o olhar individual de cada um e as ideias que surgem no ambiente interno da empresa.
Para que você entenda melhor, aqui vai um exemplo de empreendedorismo e uma comparação com o intraempreendedorismo.
Imagine um profissional de tecnologia da informação que trabalha em uma empresa de software “A”. Nessa empresa, ele percebe que os clientes têm uma dor não atendida e que representa uma oportunidade. Com essa informação, ele sai da empresa e começa seu próprio negócio, tentando oferecer uma solução para essa dor como diferencial competitivo. Esse é um exemplo clássico de empreendedorismo.
Agora, imagine que esse mesmo profissional pegue a informação que ele coletou a partir de suas observações. Então, sob a supervisão do seu gestor e com a colaboração do resto da equipe, ele desenvolve um projeto para que a empresa “A” possa atender essa dor dos clientes.
Com isso, a empresa em que ele trabalha consegue inovar, o que é bom para os seus resultados em geral. Esse é um exemplo de intraempreendedorismo.
Perceba que a base dos dois é a mesma: a observação de riscos e oportunidades, e o desenvolvimento de soluções.
O que difere é o que o colaborador decide fazer com sua visão: usar para si mesmo ou colocar a serviço da organização em que trabalha. E nenhuma das duas alternativas é errada, mas não é preciso ser um gênio para entender qual delas a sua empresa deve preferir, não é?
Em primeiro lugar, é preciso ter em mente que o intraempreendedorismo não é uma iniciativa que acontece isoladamente. Acima de tudo, para que o intraempreendedorismo aconteça com sucesso, é necessário que exista uma equipe alinhada e recursos para fazer com que ideias e projetos inovadores possam tomar forma.
Por isso, além da estrutura (projeto, intraempreendedor e recursos), o contexto no qual a organização se encontra também deve ser levado em conta.
Empresas familiares, por exemplo, enfrentam grandes obstáculos para terem sucesso no mercado. Esses obstáculos, por sua vez, podem variar desde a dificuldade na decisão de sucessão e hierarquia no negócio até o investimento em inovação e robotização de sistemas.
Bom, tecnologicamente falando, estamos na 4ª Revolução Industrial, mas imagina convencer um familiar mais idoso que utilizou fichas físicas por décadas a adotar um sistema de armazenamento na nuvem?
Nesse sentido, o planejamento e o intraempreendedorismo tornam-se, então, uma solução para que a sucessão de gerações e incentivos mantenha a empresa competitiva.
Agora, existem tipos de intraempreendedorismo? A resposta é sim! E vamos falar sobre eles agora. Líderes em diversas empresas já procuram incentivos para o intraempreendedorismo entre seus colaboradores, que podem ser de dois tipos:
INTRAEMPREENDEDORISMO DE VALOR AGREGADO
Aqui, o intraempreendedorismo está ligado à principal atividade da empresa. Ou seja, isso significa que esse tipo de intraempreendedor vai agregar valor para a organização, gerando inovação e crescimento. Tudo isso sempre ligado ao nome original da empresa.
Podemos ver exemplos de tipos de intraempreendedor com valor agregado em empresas como Google e Apple.
Nessas organizações, toda ideia está ligada diretamente àquilo que elas já desempenham. Dessa forma, a força dessas marcas é o resultado de um intraempreendedorismo que soube desenvolver projetos com base nas necessidades de seus clientes.
INTRAEMPREENDEDORISMO E O “SPIN-OFF”
Esse é o tipo de intraempreendedorismo cujas ideias e projetos fogem totalmente daquilo que a empresa é originalmente conhecida.
O termo “spin-off”, geralmente associado ao entretenimento, refere-se a propriedades intelectuais que não necessariamente estão ligadas à linha principal. No intraempreendedorismo, o raciocínio é semelhante.
A forma como novos negócios podem surgir nesse processo pode variar. Isso porque, em alguns casos, a empresa consegue pivotar recursos para outros projetos. Já em outras situações, é o know-how e o conhecimento adquirido em pesquisa e desenvolvimento que servirá de base para um novo projeto intraempreendedor.
Independentemente dos tipos de intraempreendedores, é preciso ter em mente que a empresa precisa estar preparada para eles. Ou seja, você possui o melhor ambiente para essa prática?
Não basta apenas implementar um programa de ideias, é preciso investimentos constantes em inovação.
Portanto, aqui entram fatores muito relevantes como: engajamento dos colaboradores, Cultura Organizacional e o papel da alta liderança. Esses fatores serão a chave para fixar o intraempreendedorismo no DNA da organização.