Com o aumento das opções de entretenimento, os jovens, naturalmente, têm aderido aos videogames de última geração. Seja para jogar em dispositivos dedicados em casa, ou mesmo no celular. Uma reação natural, então, na busca por opções que prendam a atenção dos alunos, é a aplicação em aula de técnicas encontradas nos jogos.

E este é justamente o objetivo da gamificação. Geralmente utilizando aplicativos para smartphones, esta tendência utiliza diversas ferramentas e funções para trazer mais interatividade ao ensino. As formas de tornar o processo mais interativo, porém, variam muito de acordo com a técnica utilizada.

Por exemplo, apps podem “premiar” o aluno de acordo com certas conquistas, semelhante ao que ocorre em certos jogos. Ademais, a adoção da gamificação também demonstra um retorno do gênero “Edutainment” (combinação das palavras inglesas “educational entertainment” ou “entretenimento educacional”). Em outras palavras, jogos com elementos educacionais, que entretém ao mesmo tempo que ensinam.

Utilizar jogos na educação e aplicar gamificação são duas abordagens distintas, apesar de ambas envolverem elementos lúdicos para promover o aprendizado.

Jogos na educação referem-se ao uso de jogos prontos ou criados especificamente com objetivos educacionais. Esses jogos possuem regras, desafios e objetivos claros, e os alunos interagem com eles para aprender novos conceitos ou reforçar o conteúdo de forma divertida. Jogos de tabuleiro, quizzes, e jogos digitais educacionais são exemplos comuns dessa abordagem. O foco está no jogo em si, e o aprendizado ocorre enquanto os alunos jogam e aplicam seus conhecimentos dentro do contexto do jogo.

Gamificação, por outro lado, vai além do simples uso de jogos. Ela envolve a aplicação de mecânicas de jogos – como pontos, níveis, medalhas, rankings e recompensas – em atividades que não são, originalmente, jogos. A gamificação não apenas insere o componente lúdico no processo de aprendizado, mas também transforma toda a experiência educacional em algo mais motivador e envolvente. A ideia central é utilizar os princípios de motivação intrínseca e extrínseca, onde os alunos são recompensados não apenas pelo desempenho, mas também pelo esforço, participação, colaboração e superação de desafios.

A gamificação, assim, vai além da diversão, pois cria uma jornada de aprendizado estruturada com metas claras, feedback contínuo e recompensas que incentivam o progresso constante. Enquanto os jogos podem ser usados de forma pontual em momentos específicos da aula, a gamificação tem o potencial de transformar a cultura da sala de aula e promover maior engajamento ao longo do tempo.

Em resumo, o uso de jogos foca no aprendizado através de uma atividade lúdica, enquanto a gamificação integra o próprio processo de ensino em um ambiente onde os alunos são recompensados por seu progresso, persistência e conquistas, tornando o aprendizado mais motivador e imersivo.